segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Auto-retrato da Carolina

-Olá ,eu a Ana Carolina da Costa Alves e teinho 6ºAnos 1ºano e já sei ler teinho olhos castánhos foi eu que escrvi isto sei ler tudo a minha mãe e o meu pai é profesor e eu adóro ler. e ecrver -é bom ler e escrever!Os meus amigo que eu adóro é o pedro velosu rodiges o
meu mlhor amigo!- e preparat o pai natal que vei já ei ,Dezbro mas atesão eu só vou pedir
uma coisa mas vócês vão pedir màis ou não .Sábem no domigo dia 22Novêbro de 2009 iscrvi
um livoro do Patito i da Patita e do Patão para aminha irma Maria Leonor daCosta Alves
-eu gostei do livoro é bom mas para outros não pode ser bom.



Olá!
Sou a Ana Carolina da Costa Alves.
Tenho 6 anos. Ando no 1º ano e já sei ler.
Fui eu que escrevi isto. Sei ler tudo.
A minha é mãe é mediadora imobiliária e o meu pai é professor.
Adoro ler e escrever. É bom ler e escrever.
Adoro os meus amigos. O Pedro Veloso Rodrigues é o meu melhor amigo.
Prepara-te, ó Pai Natal, que sei que vens já aí em Dezembro. Só vou pedir-te uma coisa. Os outros podem pedir-te mais ou não.
Sabem!? No Domingo, dia 22, escrevi um livro sobre o Patito, a Patita e o Patão para a minha irmã Maria Leonor da Costa Alves. Eu gostei do livro. É bom! Mas para os outros pode não o ser.



Esta é a primeiríssima de muitas e muitas publicações que espero que os alunos desta turma venham a colocar no blogue T2A1 - Sala de Aula..
Fica assim mesmo. Tal qual a Ana Carolina a postou. Sozinha, é claro.
A única ajuda do professor esteve em ajudá-la a criar uma conta de correio no gmail, fazer-lhe um convite no blogger para que ela pudesse participar no mesmo e publicar o que lhe apeteça ou seja conveniente, ajudá-la a responder ao convite e, em seguida, fazê-la entrar no blogue e mostrar-lhe como se faz uma postagem. Começámos perto das 9 horas e acabámos pelas 13, no final do dia.
Ah! E colocamos ainda conjuntamente as etiquetas.
É claro que a Ana Carolina não fez só isto, como não podia deixar de ser. Fez também os outros trabalhos que os demais colegas também fizeram.

A Ana Carolina, conforme já se tem vindo a dizer desde o início do ano e era já público entre todos aqueles que a conheciam, aprendeu a ler sozinha. Com as devidas pausas, ritmos e entoações. Faz uma leitura interpretada.
É verdade. Não foi o professor que a ensinou. É possível que os pais lhe tenham dado uma ajuda mas ao que parece nem por isso. Ela lá foi descobrindo as regras da leitura e basicamente por si só conseguiu aprender.
Com a escrita o caso é diferente, como todos sabemos. Existem toda uma série de regras que é indispensável ter conhecimento e depois aplicar para escrever com correcção. A escrita exige maior esforço na decomposição das palavras. Há todos aqueles casos que, quando lemos e conseguimos globalmente perceber as palavras, ou um pequeno texto, parece fácil mas que, quando vamos a redigir qualquer coisa temos obrigatoriamente de aplicar sob pena de incorrecção ou inarticulação.
Aqui, conforme se vê, a Ana Carolina articula bem as ideias e consegue fazer qualquer leitor ou ouvinte perceber o que pretende transmitir. Mas há ainda imensos passos a percorrer até chegar a uma escrita correcta. E ela sabe-o e está com vontade de o fazer.
Para isso este mesmo blogue, e o mais que dele venha a resultar, irá dar também um forte contributo, assim se espera.

sábado, 21 de novembro de 2009

Problemas... do arco da velha

Costuma dizer-se, meio a brincar, quando temos um problema muito complicado a resolver que este é do arco da velha.
Neste caso os alunos começaram a ter problemas, verdadeiros problemas, autênticos casos a resolver, ainda que não verdadeiros mistérios policiais ou enigmas quebra-cabeças qual cientista em busca de uma nova descoberta, pelo dia 12 deste mês.
Uma trabalheira!
Terá sido? Que achas, Francisca?
Começamos por analisar algumas situações delicadas, por exemplo, um saco das compras que rebenta - Francisco António, lá na loja do teu pai não há desses, pois não? -, uma criança ainda demasiado baixa para chegar a uma prateleira próxima do céu, uma galinha esfomeada que por muito que se estique não consegue chegar aos grãos de milho no exterior do seu galinheiro, uma criança imprevidente sem guarda-chuva que se molha.
Mas falamos também noutros problemas complicados de todos os dias: uma sopa de que não se gosta mas que somos obrigados a comer,  um chichi que não se pode adiar mas que o professor não autoriza a realizar, um jogo na playstation - consola é uma palavra tão feia! é urgente inventar melhor - que a mãe não deixa jogar porque há que ir para a cama, etecetra e etecetra e coisa e tal.



Ora, depois de tanto serviço, temos vindo a concretizar matematicamente estas coisas. Sim, que a Matemática não é nenhum bicho de sete cabeças e existe par anos ajudar a resolver problemas de todos os dias. Por exemplo, algo tão simples como calcular quantos golos se marcaram num jogo entre o Benfica e o Porto cujo resultado foi 2 a 2.
Mas vejamos agora os últimos que entretanto resolvemos com a ajuda da adição:



Francisca, é preciso aqui dizer que está óptima a sequência do comboio.
Muitos dos teus colegas tiveram dificuldade em fazê-la. Foi um verdadeiro problema para alguns, principalmente a altura das carruagens, as ligações entre as elas bem como encaixar as janelinhas. É verdade que a urgência do fim da aula não ajudou muito mas este foi um trabalho que o professor quis também que fosse 100% individual. Vamos voltar a fazê-lo com a ajuda detalhada do professor e dos alunos que, como tu, conseguiram concretizá-la correctamente.

Ditado - cópia

Os ditados, na acepção em que a maioria de nós os conhece, são exercícios que se podem dizer macarrónicos ou do tempo da outra senhora, com isso pretendendo dizer que são tão antigos como a aprendizagem da própria escrita ou então que sendo o seu objectivo a caça ao erro é uma actividade  pedagógica de reduzido valor ético.
Apesar disso, possivelmente será bem provável que o ditado seja uma actividade didáctica tão antiga quanto o ensino da própria escrita. Não sei, pois nunca estudei o assunto. mas tudo leva a pensar que sim. Ora, se assim é, é porque alguma - imensa - utilidade terão. O homem nunca usa 2 vezes o que não presta a menos que seja obrigado. Também raramente, a menos que outro tipo de imperativos de outra ordem - ética ou religiosa, por exemplo - se imponha por um número indefinido de gerações ou demasiado prolongado no tempo, o uso de técnicas inadequadas às suas formas de vida é utilizado indefinidamente, como se delas dependesse a própria vida.

Por isso, uma vez que não somos assim tão diferentes dos outros, chegou agora a época dos ditados à nossa turma. Foi há poucos dias atrás. Realizamos um ditado-cópia. E apenas aqui reside a diferença em relação aos ditados a que eu próprio fui submetido quando andava na escola primária - fizeram mal em mudá-la de nome, quanto a mim, pois o que deveria ter sido feito era revalorizar o sentido da expressão mediante uma aposta política, verdadeira, na educação de base, tantas vezes utilizada como forma de reforço das votações eleitorais e outras tantas esquecida.
O objectivo destes ditados-cópia é escrever correctamente evitando o erro. Os alunos, um de cada vez, é claro, vão dizendo como se escrevem as palavras, e redigindo-as sendo simultaneamente realizada a escrita do texto no quadro de modo a que todos confiram o que escreveram e possam proceder à sua auto-correcção.




A Maria João Araújo provavelmente até nem necessitaria de tal, tão bem ela já lê e reflecte sobre o que escreve, mas não deixou de fazer como os demais. Apresenta-se aqui também outro exercício, relacionado, de identificação de fonemas (letras) e realizado no verso desta folha em que os alunos identificaram o p e o t, consoantes ensinadas até ao momento, a partir de colagens de palavrinhas recortadas e trazidas de casa.

5 - cinco

Cinco dedos tem a mão,
cinco dedos tem o pé.
Cinco mais cinco são dez,
Vinte dedos tem o Zezé.




Chegamos ao número 5.
Tem sido um trabalho sequenciado, do menor - 1 - para o maior - 5, este do domínio da numeração. Mas por si só demasiado fácil, como aqui a Ana Carolina deixa perceber.
Carolina que - Carolina ó-i-ó-ai, Carolina ó-ai-meu-bem! -, como por vezes costumo com ela brincar, de um lado, tem tudo certo na sua ficha de trabalho, retirada do Cabecinha Pensadora, um livrinho espectacular e que já há vários anos uso com as minhas turmas, ainda que colectivo, por outro, tem muitas imagens por pintar ou menos bem coloridas quando é dos alunos da turma mais cuidadosos e perfeccionistas. Poderia também ser do dia. Foi assim, Carolina?
A contagem dos números, por ordem crescente e decrescente, até 20, até 50, mesmo até 100 em alguns casos, não é surpresa para qualquer dos alunos desta turma.
No entanto, contar de cor é uma coisa, dominar em concreto as quantidades é outra. E tem vindo a ser este o trabalho que temos vindo a realizar ultimamente - solidificar a percepção das quantidades, através da formação de conjuntos, e sua relação entre si, mediante a seriação de quantidades, e perceber as operações (para já apenas a adição mas muito em breve teremos a introdução à subtracção) mediante a realização de situações problemáticas simples.
Tudo sempre muito concretizado; ou melhor, nem sempre mas frequentemente. Muitas vezes recorrendo ao material escolar ou aos dedos como é uso em mil e uma escolas, outras bastantes também com recurso a pequenas dramatizaçõesem sala de aula, que às vezes resultam em brincadeira e num ou outro momento de descontracção, também preciso em crianças desta idade. Nem nós, adultos, conseguimos estar horas e horas concentrados as mais das vezes num determinado afazer quanto mais as crianças para quem a descoberta se encontra sempre à mão de semear.

Enriquecimento de vocabulário lido e escrito

Agora que estamos a consolidar o P - T - L, para a semana haverá mais do mesmo:

pata   pato   pateta   paleta   palito
Pepe   pele
pipa   pipo
pote
pula
pai   pão

tapete
tulipa
tia   tio

lapa   lata
Lelo   leão
Lita
lupa   luta   lula
leite   lua

apito
oito   óleo

Este é vocabulário com que os alunos já trabalham, a que se poderá ainda acrescentar mais algum, inclusive umas coisas divertidas que vão descobrindo por esta altura mas que não se podem (devem) aqui escrever.
Quem queira reler este vocabulário, soletrá-lo (pensar sobre a sua escrita, decompondo-o), escrever algumas frases e ilustrá-las, esteja à vontade para o fazer.

Consolidação da letra l (leia-se le, para já, de acordo com o seu som)

É tempo de la, le, li, lo, lu.
Leitura de palavras, sua correspondência com imagens, ilustração de imagens, escrita de frases for preenchimento de lacunas a partir de imagens ou palavras dadas, formação de palavras a partir de sílabas, ordenação de frases e escrita de palavras são todos eles exercícios de reforço da aprendizagem de uma letra.



A ficha que aqui se apresenta, adaptada de uma outra do Quadro e Giz, foi difícil de realizar - não foi, Joana? - mas lá deu os seus resultados. Uma boa parte do grupo já consegue desenvencilhar-se sozinho ou com pequenas ajudas. A outra parte, é claro, precisou de uma ajuda suplementar mas ainda assim insuficiente. Esta fase de trabalho requer muita (imensa, em alguns casos) repetição.
Nos exercícios realizados colectivamente, os alunos começaram por ler em silêncio, em seguida aos pares - esta foi (é) a leitura preferida - e individual e colectivamente no quadro branco. Como se vê a aula foi insuficiente para acabar toda a ficha. Por isso, quem queira acabá-la em casa poderá imprimir a ficha, ou o extracto correspondente, e depois trazê-lo para a escola para colar no respectivo sítio.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A aprendizagem da leitura e da escrita - 3ª Fase (P - T - L)

Atingimos neste momento um ponto especial da aprendizagem curricular mais importante, o processo de  leitura/escrita.
Depois da propedêutica e da aprendizagem das vogais, estamos agora num período de consolidação. As 3 primeiras consoantes estão ensinadas/aprendidas.
Sim, porque actualmente deixou de fazer sentido falar em descoberta, a este nível.
Há 25 anos atrás muitas das crianças que chegavam à escola nem faziam ideia do nome das letras; ou melhor, quando muito tinham uma vaga ideia das vogais. Havia alguns que fugiam a essa regra, é certo, mas as excepções sempre as confirmaram.
Nos dias que correm não podemos falar nisso. Todas as crianças conhecem as letras e os seus nomes. Ao p, t, l chamam-lhes  pê, tê, lê ou éle. O que não deixa de ser correcto, aparte o lê. Mas falta-lhes ainda o essencial, em quase todos os casos.
Há agora que cimentar a consciência fonológica, a identificação visual dos fonemas (letras), a junção das mesmas em sílabas e a formação de palavras. Mais importante: a leitura de frases. É isso que dá sentido e coerência ao que se lê.
Para isso há que repetir, por vezes quase vezes sem conta, passe o pleonasmo, a decomposição das ditas frases e palavras, há que insistir na leitura, seja ela global e memorizada, mais simples e fácil de apreender, seja ela sintética, mais construtiva por assim dizer. Uma forma e outra complementam-se ainda que, em meu entender, a primeira seja a preferencial e dependendo ainda dos alunos. Não somos todos iguais.




A Francisca é das boas leitoras que temos, neste momento. Criança serena, é persistente e trabalhadeira. Esforça-se, felizmente para ela sem custo, por conseguir perceber tudo o que lê. E consegue. E ainda escreve correctamente.
Parabéns, Francisca!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Matemática - oficinas (fichas) de verificação

Estas são as duas últimas fichas formativas de Matemática.





Estas servem aos professores, mas também aos alunos, para avaliarem do trabalho que está a ser realizado e, assim sendo, da necessidade de corrigir estratégias e/ou apoios suplementares a determinados alunos.
O professor exlica a ficha e cada aluno resolve os exercícios sozinho. Nos dias anteriores trabalhámos os conteúdos aqui explicitados, sobretudo números e operações - domínio das quantidades e resolução de operações (adição).
A Margarida realizou as fichas bastante bem e está de parabéns. Há que assinalar, no entanto, que não aplicou correctamente o sinal + (mais), o que não tinha acontecido previamente. Foi distracção, Margarida? Ou ainda não associaste esse sinal à operação de união de conjuntos, isto é, ao ajuntamento de 2 grupos? Ou será suficiente realizar mais umas contitas (operações) para acertarmos o passo?
Fico a aguardar a tua resposta.

Para onde foi o Zezinho? (parte 1)


Na nossa turma, hoje foi dia de Zezinho.
Mas... quem é o Zezinho, perguntar-se-ão alguns dos nossos mais curiosos leitores?
Foi isso que descobrimos e vos convidamos a fazer o mesmo.
O Ricardo Azevedo requisitou há uns dias atrás, na nossa mini-biblioteca, o livro que tem o título acima. E o que é que ele se lembrou de fazer?
Depois de o ler, certamente que com alguma ajuda dos pais, assim creio, pois ainda não conhece as letras todas, ou pelo menos não as sabe juntar de forma adequada, resolveu escrevê-lo. Copiá-lo. No computador.
Ora que bem!
Assim, uma vez que já me tinha dito que o andava a fazer, resolvi pedir-lhe que trouxesse o trabalho e li-o na sala de aula. Com alguma encenação, é claro! Nem sequer havia a capa para mostrar. Apenas 2 folhas brancas preenchidas a texto negro.
Adoraram!
No final choveram perguntas sobre o Ricardo, pois nestas coisas o professor dá lugar ao debate com o leitor- orador - o que escolhe o livro e fala sobre ele.
Como era o Zezinho?
Como é que o óvulo da Dona Eva cresceu?
Como é que o Zezinho conseguiu ganhar a corrida?
Por que é que ele era bom a nadar?
... e por aí fora.



 
Quase todos colocaram alguma questão e o Ricardo a tudo deu cabal resposta.

Trabalho de casa: representar, em desenho, uma qualquer cena, imaginada, da história do Zezinho.
A ver vamos o que aparece amanhã na escola.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A Sofia e a letra t/T

A Sofia tem-se vindo a revelar uma aluna sempre aplicada. Depois da surpresa inicial, como é uma rapariga muito conversadeira, cheguei a pensar que talvez assim não fosse. Mas ela é perfeccionista e sempre aplicada. Trabalha devagar mas bem, que é o que importa e, como costumo dizer aos meus alunos, devagar e bem há pouco quem.
Era assim que os antigos fazedores de livros - os monges copistas - os faziam. Levavam anos e anos a escrever um único livro. Por vezes, um livro chegava a ser obra de uma vida inteira. Não se quer que seja aqui o caso mas a lentidão é importante para que se consiga atingir um pelo menos razoável grau de perfeição.
O t, 2ª consoante a ser estudada, surge aqui bem conseguido pela nossa aluna, melhor até do que o p, aprendido antes. Além disso, lê tudo muito direitinho, sim senhor!
Continua sempre assim, Sofia!

Magusto na Escola

Pelo S. Martinho assa as castanhas e prova o vinho.

Quem assim fala não é gago; e quem assim falou foi um dos alunos da nossa turma no passado dia 11.
A sua voz resumia, naquele momento, o saber acumulado de muitas e muitas gerações.
Não sei quem soltou esse provérbio para resumir a importância do dia. Tenho, contudo, a certeza, que não é filho de agricultor. As nossas raízes de ligação à terra e às suas actividades encontram-se ainda bem fundas em nós, por muito urbanos e habitantes das cidades que sejamos. Somos, afinal, resultado da fixação do homem à terra após milhares e milhares de anos de nomadismo.

Aqui, a Joana representou a fogueira que fizemos na escola. Não apenas a nossa turma, é claro; toda a escola participou e saltou. Ah, Ah, Ah, Minha Castanhinha é uma adaptação da canção tradicional infantil Machadinha para o dia de Magusto.

Ah! É verdade. As castanhas estavam excelentes. Saborosíssimas! Ainda que na escola não houvesse vinho para acompanhar.

Os cartuchos das castanhas de S. Martinho

O Casamento da Carochinha e do João Ratão



Há histórias de amor muito muito bonitas, em que tudo corre às mil maravilhas. O príncipe encontra a sua princesa, por vezes com recurso à ajuda de uma fada ou de alguém extraordinário que a coloca nas suas mãos. Mas existem também outras que são do arco-da-velha, como que inacreditáveis. No entanto, em última análise, elas podem mesmo mesmo acontecer.
É o caso da História da Carochinha e seu casamento com o João Ratão. Nesta, os nossos heróis lá conseguem quase casar com quem desejavam, isto é, um com o outro. Mas o casamento estava mesmo atribulado e não se deveria talvez nunca realizar.
João Ratão é tão guloso, tão guloso, que quando vai a casa buscar o leque, fazendo um favor à sua tão amada joaninha, não deixa de a tentar enganar e o azar é tão grande que lhe bate à porta; e morre cozido e  assado no caldeirão.

Que outras asneiras seria o nosso Ratão capaz de pôr em prática já depois de casado?
Não se teria a Carochinha precipitado a escolher um rato tão guloso só porque até aí não gostara das vozes dos demais candidatos a noivos?

Quanto a trabalho relacionado com este casamento apresenta-se, desta feita, uma pequena série de imagens que os alunos tiveram de ordenar, sinal de que conheciam bem a história. Trabalho fácil, pelos vistos, que o diga a Sofia. Ainda assim, ninguém se enganou.

Além disso, diga-se, o Ricardo Marinho contou também para todos os colegas esta parte da história. Conseguiu exprimir-se oralmente já de forma bastante linear e clara. Nem foi preciso o professor esclarecer ou acrescentar detalhes, embora esta história seja de todos mais do que bem conhecida.




A chegada da Rita e a Teia da Amizade

Hoje chegou à nossa escola, e à nossa turma, uma nova aluna.
Com alguns receios e uma natural insegurança, pois ia conhecer muita gente nova, entre ela o professor, logo de manhã bem cedinho lá estava ela. Com a mãe, é claro.
Ela é a Rita. Bem-vinda, Rita! Gostamos de te conhecer.
Para a receber, além das actividades curriculares, ditas normais, de sala de aula, preparámos uma Teia da Amizade.
Com todos os alunos e o professor sentados no chão, em círculo, fizemos circular um novelo de fio de algodão. Sempre que parava num deles essa pessoa apresentava-se e dava a conhecer algumas das suas preferências.
Mesmo a calhar foi esta coincidência: quer na nossa turma quer na anterior turma da Rita o t/T foi a última letra a ser aprendida.

Adeus, Jorge Rafael, e até um dia!...

O Jorge Rafael Marques foi um dos alunos com que se iniciou esta turma. Morando aqui bem pertinho, no Vinhal, os pais inscreverem-no nesta escola e calhou-lhe em sortes que o seu professor fosse eu, Pedro Costa, e os seus colegas outros 23 meninos e meninas.
Foi um rapaz sempre sossegado. De tempos a tempos falava por iniciativa própria, outras vezes nem por isso e era preciso o professor puxar por ele. Mas relacionava-se bem com toda a gente. Haveremos sempre o lembrar, habitualmente calmo no seu ar um pouco ensonado e mal sentado. Gostava muito de animais, cães em especial, e era deles que falava com mais frequência.
Saiu da nossa escola pelo seu pé, transferido. Logo, logo no início da escola tinha ido viver para Telhado, o que dificultava a sua frequência na nossa escola, mais a mais estando a mãe a trabalhar em Viatodos.
E assim foi lá que foi o nosso Jorge Rafael.
Até sempre, rapaz! Um destes dias encontramo-nos por aí.
Não te esqueças dos teus amigos que eles também não te irão esquecer.

A nossa mini-biblioteca


Maria João Sarmento: Bernardino

No início do ano escolar, o Ministério da Educação ofereceu a cada aluno, no âmbito do Plano Nacional deLeitura, 1 (um) livro. Objectivo: favorecer e dinamizar o gosto pela leitura.

Os nossos pais e alunos ficaram satisfeitos com a ideia, é claro. Contudo, levando a ideia um pouco mais longe, apoiaram a ideia do professor de que fosse constituída uma espécie de mini-biblioteca de turma, destinada a empréstimo doméstico e de sala de aula. Não tanto uma biblioteca propriamente dita, mais um reservatório de leitura. Assim se ampliou, sem custos, o leque de obras à mão de ler pelos alunos.
Estes, neste momento 23 pois um dos alunos da turma, o Jorge Rafael, foi transferido há dias, e levou com ele o seu, e mais alguns - 6 - requisitados na Biblioteca do 1º Ciclo do nosso Agrupamento, têm vindo a ser lidos (em regime de pré- -leitura, com o apoio dos pais e/ou outros familiares) em casa e também na escola.
E é giro ver como estes rapazes e raparigas, ainda sem que o saibam fazer, adoram ler. Inventam as histórias pelo que vêm, contam-nas à sua maneira, manifestam preferências várias, ora pelos contos e narrativas, ora pelos títulos informativos.

Abaixo apresentam-se alguns exemplos de trabalhos - desenhos com lápis de feltro - realizados um destes dias a propósito das leituras até aqui preferidas.
Nesse dia, a Maria João Sarmento falou-nos um pouco do Bernardino, um leão desgostoso com o seu pai. Bernardino era bonzinho e adorava tocar flauta, em vez de morder outros animais, como o pai. Por isso, foi mundo fora à procura da felicidade que não tinha junto da sua família, embora pensasse permanentemente nela; e de como gstaria que o seu pai muito apreciasse as suas qualidades.


André Ferreira: As Casas dos Animais

Ricardo Azevedo: João e a Floresta de Betão

Pedro: Barcos

Ana Margarida: Moranguinho

O Macaco e o Cágado

Para amigo, amigo e meio.


A amizade, sentimento único, especial, que liga indefinidamente 2 pessoas, vive da reciprocidade.
És meu amigo. Sou teu amigo. Se assim não for não existe amizade.
Querem-me bem, quero-te bem também.
Tratas-me bem, trato-te bem também a ti.

Assim se passa com estes dois animais falsos amigos.
Nesta história popular moçambicana, em quase tudo idêntica à Fábula de La Fontaine "A Raposa e a Cegonha", que também lemos noutro dia, recontada pelo João Pedro Mésseder, tiram-se as dúvidas quanto a isto.
Só quero o bem a quem me quer o bem também é a ideia-chave, a moral, por assim dizer, desta história.
É assim mesmo a vida.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Fichas de Avaliação nº 1: Outubro-2009


As primeiras fichas de avaliação formativa estão feitas. É verdade que não são, ou não foram, propriamente difíceis mas os resultados iniciais deixam qualquer professor satisfeito.
Qual é o professor que não gosta de dar boas notas?
Há sempre uns mais sovinas que outros, tal como no resto da nossa vida, mas todos se sorriem por apresentar bons resultados. Já sei que há sempre quem diga:
- Ah! Cuidado que eles mudam e depois queres dar notas mais baixas e não podes.
- Não posso!? Mas porquê? Se os resultados forem fracos as notas serão fracas, se forem bons as notas serão boas, se forem razoáveis lá haverá mais uns Satisfaz para tirar do bolso e atribuir.
Por agora os resultados foram quase sempre Excelente ou Satisfaz Bastante, nas 3 disciplinas em que fazemos as ditas especialíssimas fichas.
No entanto, por favor, meninos e meninas, não se deixem iludir, não se deixem enganar!
Se falarem com os vossos pais ou os vossos avós eles dir-vos-ão que Roma e Pavia não se fizeram num dia.
Por agora, aproveitem para ir mentalmente preparando o Pai Natal a ver se ele vos traz o que mais desejais.

1: Hoje a Sofia não esteve presente na sala de aulas mas não deixamos de nos lembrar dela. Por isso, fica aí em cima a página do seu Caderno Diário com a correcção da Ficha de Matemática já feita há uns dias, ou melhor dos exercícios que foi necessário corrigir pois os restantes todos os alunos responderam sempre Certo. Nestes 2 houve alguns enganos, em especial na questão de lateralidade. Pudera! Quantos adultos olham para quem está em frente e têm dificuldade em decidir qual a sua esquerda ou a sua direita, quanto mais as crianças. Amanhã será o dia da correcção das fichas de Língua Portuguesa e Estudo do Meio.
2: Ao ver o trabalho da Sofia é possível que alguns fiquem um tanto ou quanto admirados por o professor não ter escolhido um trabalho mais bonitinho, que certamente teria, para apresentar aqui no blogue. Se assim é, não convém que fiquem. É que a teoria de base para a aprendizagem na nossa turma reside em aprender fazendo.
É claro que os alunos são orientados sobre o modo como devem proceder para recortar e colar; mas tudo tem o seu tempo e a prática da autonomia, apesar aparentemente mais lenta, costuma levar a bons resultados. Seria bem mais fácil ser o professor a cortar e a colar tudo no sítio certo mas não é isso que interessa à Sofia, assim creio.
3: Abaixo apresentam-se os exercícios de Língua Portuguesa e Estudo do Meio com necessidade de correcções. Em Língua Portuguesa os alunos, alguns, optaram por escrever as vogais e os ditongos em letra de imprensa, sabe-se lá porquê, uma vez que já não a usam na escola. Em Estudo do Meio a surpresa veio de alguma distracção aquando da explicação da ficha uma vez que alguns não acertaram com a escolha mais óbvia do aluno mais pesado.


                  

Ana Catarina fala-nos de Rimas... e outros também dão uma ajuda


Rimas, um conjunto de textos populares ilustrados por Ana Cardoso, publicado pela Everest,  foi o livro que a Ana Catarina leu esta semana.
Por exemplo, diz ela, leu que:

Joana rima com Ana,
Catarina rima com gelatina e pepina,
André rima com chulé,
Canhão rima com capitão,
Gato rima com pato,
João rima com botão,
e que
Neptuno rima com Bruno.

A propósito deste livro, Rimas de seu nome, a Ana Catarina disse ainda que
rimas são palavras que têm o mesmo som no fim das mesmas, isto é, na sua última sílaba.

A capa do livro mostra um coelho e um gato e é branca; a contra-capa é vermelha.


Coelho e gato são palavras que não rimam.


Os outros colegas aproveitaram e inventaram também uma mão cheia de rimas:

Francisco António - Joana rima com banana;
Ana Carolina - Adão rima com pão;
Inês - pão rima com cão;
Maria João Sarmento - João rima com Ratão;
André Ferreira - pão rima com limão;
Ricardo Marinho - Ricardo rima com leopardo;
Maria João Araújo - João rima com cão;
Maria - João Ratão rima com melão;
Adriana - João rima com cara de dragão;
Ana Margarida - chinela rima com panela;
Ricardo Azevedo - cão rima com empadão; e
José Francisco - pão rima com leão.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

As lengalengas das vogais da Carochinha

A, e, i, o, u são as 5 vogais,
as primeiras letras-que-tais.
Vêm agora as consoantes,
que nunca se ensinam antes.

Oh! Pê,Tê, Lê, Pê, Tê, Lê,
sabemos bem o quê e o porquê!
O que queremos é aprender
tudo, tudo até ao Zê.

O ensino das vogais foi acompanhada, entre outras coisas, pela aprendizagem de lengalengas incluídas no nosso Letrinhas da Carochinha, manual da Gailivro em uso nesta escola.
Porque todos os alunos muito as apreciam mas ainda nem todos as conseguiram memorizar aqui ficam para ajudar ao seu treino. Estou certo que irão gostar de efectuar uma pré-leitura na companhia dos pais ou dos avós.

A lengalenga do e
O Zezé é...
um bebé chorão.
O Zezé é...
um bebé comilão.
O Zezé é
amigo da ovelha
que tem um bebé que faz
mé... mé... mé... mé!

A lengalenga do a
A Ana tem medo
do rato.
O rato tem medo
do gato.
O gato tem medo
da pá.
A pá tem medo
do A.

A lengalenga do o
O é a letra dos ovos,
do Outono e da Olinda.
Põe um arosa no pote
e a sala fica mais linda.

A lengalenga do u
Brinca a Milu
e a cadela Lulu.
Passa o comboio
a fazer u... u... u...

Salata a Milu!
Salata a Lulu!
Apita o comboio
a fazer u... u... u...

A lengalenga do i

A Mimi tem uma gata chamada Fifi.
A Mimi tem uma pata chamada Lili.
Fifi é a gata amiga da pata.
Lili é a pata amiga da gata.


Para os alunos que queiram fazer um resumo das auto-avaliações com os pais, e vice-versa, aqui fica uma grelha adaptada a todas as vogais. É só imprimir e marcar uma cruzinha (X) na correspondência certa.



Sim
Não
Preciso melhorar
Já identifico os sons
i, u, o, a, e




Já identifico as letras
i,I,u,U,o,O,a,A,e,E




Já sei escrever as letras
i,I,u,U,o,O,a,A,e,E





                                                                                            

Os e' s das irmãs gémeas





Olá, Inês!
  Olá, Maria!
  Olá, turma!
 Olá, olá, olá, gente que nos acompanha e lê!...

A Inês e a Maria são as irmãs gémeas, mais irmãs que gémeas, que fazem parte da nossa turma. Neste princípio de escolaridade têm tido desempenhos algo diferentes - não há dois alunos iguais tal como não existem duas pessoas iguais, ainda que sejam irmãs e mesmo que sejam gémeas, por muito parecidas que sejam entre si.
Neste caso, apesar das demais semelhanças, uma é loira, outra é morena.
Na escola ambas aprendem bem e tentam ser meninas cumpridoras e aplicadas nos trabalhos. A Inês, contudo, tem tido algumas dificuldades gráficas; melhor dizendo, não lhe tem sido fácil dominar a escrita embora identifique adequadamente as letras vogais, tanto na escrita como no som.
Quanto aos ditongos, adiante não representados, a coisa é mais complicada e, se a Maria já lá chegou, a Inês ainda não o pode dizer seguramente. Mas há-de conseguir que ela é uma rapariga esforçada.
Por hoje observe-se aqui como possuem uma caligrafia cuidada, em especial a Maria. Mas a da Inês anda lá perto, especialmente para quem tem um traço fugidio, não é, Inês?

Obs: Figura 1, e .. da Inês; Figura 2, e .. da Maria.

domingo, 1 de novembro de 2009

Não é trava-línguas mas até parece - o treino de ditongos

Este pequeno texto destinado aos alunos de iniciação à leitura e escrita do 1º ano foi trabalhado, e ainda há-de voltar a ser, na nossa sala de aula.
Por sinal foi uma colega do nosso agrupamento que o inventou mas não quis que o mesmo pagasse direitos de autor nem dar a conhecer a sua autoria. Por isso só posso dizer que não é meu mas que muito o apreciei, bem como diversos outros colegas que o estão já a utilizar.
Aqui fica, para que os alunos possam continuar a treinar, com o meu obrigado:

                                                                 Ia eu ao aio.
                                                                 Ao aio e à aia.
                                                                 Eu ia à aia.

                                                                 Eia! O au-au.
                                                                 Eu ia ao au-au.
                                                                 Ui! Ui! É o aio.
                                                                 É a aia. Ui! Ui!
                                                                 O au-au! Aí, aí! Aí.
                                                                 Eu e a aia…
                                                                 Ai, ai, ai! O au-au.
                                                                 Ei! Eu ia, ia…
                                                                 É o aio, ou a aia?
                                                                 É a aia.
                                                                 É a aia…é, é, é!


Obs: Inês de Castro é com toda a probabilidade a aia mais famosa de toda a História. Ela e o nosso rei D. Pedro, o Justiceiro, viveram em meados do Séc. XIV uma das mais belas histórias de amor de todos os tempos.

Trava-Línguas: Três tigres e sete nafagafinhos

Trava-línguas e destrava-línguas são sinónimos, são palavras com o mesmo significado.

Em determinada altura das nossas vidas, especialmente em crianças, apreciamos muito dizê-los. Pelo desafio, pela música, pela aventura, pelo risco.
Aos olhos de uma criança quem consegue reproduzi-los é um herói, ou quase. Muitos deles são difíceis de memorizar e até mesmo de dizer lendo, pois nem sempre fazem sentido. Estes que adiante se apresentam foram lidos e mostrados pelo professor aos alunos da turma.

Num prato de trigo tragam três tigres
três tigres tragam trigo num prato dum trago. (cont.)

Num ninho de nafagafos
há sete nafagafinhos.
Quando a nafagafa sai
Ficam os nafagafos sozinhos. (cont.)

Para continuar a dizê-los é só seguir as hiper-ligações que adiante se assinalam.


Encontram-se  facilmente num site interactivo de leitura lúdica - a Biblioteca de Leituras Digitais.


Trava-Línguas, de Luísa Costa Gomes e Jorge Nesbitt, publicado pela Editora Dom Quixote.