domingo, 23 de maio de 2010
Professor, diz-me porquê
Professor, diz-me porquê?
Porque voa o papagaio que
solto no ar,
que vejo voar
tão alto no vento
que o meu pensamento não
pode alcançar?
Professor diz-me porquê?
Porque roda o meu pião?
Ele não tem nenhuma roda
e roda, gira, rodopia
e cai morto no chão...
Tenho sete anos, professor!
E há tanto mistério à minha roda
que eu queria desvendar!
Porque é que o céu é azul?
Porque é que marulha o mar?
Porquê?
Tanto porquê que eu queria saber!
E tu não me queres responder.
Alice Gomes, com adaptação na idade da criança efectuada pelo professor.
Obs: Trabalho extra-curricular, de iniciativa pessoal. Quase não editado pelo professor.
Etiquetas:
Alice Gomes,
Francisca,
iniciativa individual,
Língua Portuguesa,
poesia
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Querida aluna
ResponderEliminarFrancisca,
Usaste um pequeno texto, belíssimo, que escolheste para divulgar aos teus colegas algumas das dúvidas que, tal como aquele menino, tu tens perante a vida, perante a realidade à tua volta, dúvidas essas que são próprias de quem está em crescimento, como é o teu caso.
Uma vez que colocas uma questão, ela tem de te ser respondida, como nunca deixo de o fazer (fi-lo hoje mesmo, aliás, na sala de aula, após a tua leitura desta publicação):
Não é que o professor - qualquer professor, não apenas eu - não te queira responder. E até o poderá mesmo fazer se e quando o entender como mais conveniente.
Mas o que qualquer professor tentará sempre fazer - seja eu, ou qualquer outro - é ajudar-te a dispor dos meios que te permitirão descobrir por ti mesma a resposta às perguntas que colocas.
Deixo-te aqui, também, umas palavras de outro que não eu, por sinal alguém muito muito especial.
São de Sebastião da Gama, o professor que sempre me guia e inspira, embora não tenha sido meu professor:
"Cada vez me apetece menos classificar os rapazes, dar-lhes notas, pelo que eles "sabiam". Eu não quero (ou dispenso) que eles metam coisas na cabeça; não é para isso que eu dou aulas. O saber - diz o povo - não ocupa lugar; pois muito bem: que eles saibam, mas que o saber não ocupe lugar, porque o que vale, o que importa (e para isso pode o saber contribuir e só contribuir) é que eles se desenvolvam, que eles cresçam, que eles saibam "resolver", que eles possam "perceber".
Parabéns Francisca,gostei muito do teu trabalho.
ResponderEliminarContinua assim que vais bem.
Um grande beijinho da tua amiga Sofia