Mais uma vez,
La Fontaine esteve presente na nossa sala de aula.
Este autor clássico encontra-se hoje tão actual como no seu tempo, já lá vão mais de 300 anos sobre o período em que viveu (1621-1695), apesar da multiplicidade de autores e géneros ou estilos literários hoje existentes.
De facto, as suas verdades são verdades de todos nós e de todos os dias.
A propósito do grafema
c, que temos vindo a trabalhar por estes dias, o professor leu a fábula publicada pelo jornal
Expresso, em tradução do nosso grande escritor
Bocage.
E claro, além do prazer de ouvir a história, espera-se que tenha ficado um pouco da reflexão final:
Não devemos escutar quem nos elogia em excesso sob pena de sermos facilmente enganados.
Mestre Corvo, numa árvore poisado,
No bico segurava um belo queijo.
Mestra Raposa, atraída pelo cheiro,
Assim lhe diz em tom entusiasmado:
- Olá! Bom dia tenha o senhor Corvo,
Tão lindo é: uma beleza alada!
Fora de brincadeiras, se o seu canto
Tiver das suas penas o encanto,
É de certeza o Rei da Bicharada.
Ouvindo tais palavras, que feliz
O Corvo fica; e a voz quer mostrar:
Abre o bico e lá vai o queijo pelo ar!
A Raposa o agarra e diz: - Senhor,
Aprenda que o vaidoso se rebaixa
Face a quem o resolve bajular.
Esta lição vale um queijo, não acha?
O Corvo, envergonhado, vendo o queijo fugir,
Jurou, tarde demais noutra igual não cair.